Pastoril é um folguedo popular dramático de origem européia, representado
entre o Natal e a Festa de Reis (05 de janeiro), em vários Estados do Nordeste
brasileiro. São cordões com diversos personagens, entre as quais as pastoras
ou pastorinhas, que cantam e tocam maracá. De origem religiosa, também é
denominado Presépio.
Segundo Pereira da Costa, o uso de Presépios em Portugal teve início
no Convento das Freiras do Salvador, em Lisboa, em 1391, levantando-se
no meio do templo uma armação representando o Estábulo de Belém, com f
iguras que representavam a cena do nascimento de Jesus.
Depois, já no século XVI, foi o assunto dramatizado, teve entrada no teatro e
é talvez daí que vem o auto hierático português, de tão variados assuntos.
No seu Dicionário do Folclore Brasileiro, Luís da Câmara Cascudo
assim define o Pastoril: cantos, louvações, loas, entoadas diante
do presépio na noite do Natal, aguardando-se a missa da meia-noite.
Representavam a visita dos pastores ao estábulo de Belém, ofertas,
louvores, pedidos de bênção.
Os grupos que cantavam vestiam de pastores, e ocorria a presença de
elementos para uma nota de comicidade, o velho, o vilão, o saloio,
o soldado, o marujo, etc. Os pastoris foram evoluindo para os autos,
pequeninas peças de sentido apologético, com enredo próprio, divididos
em episódios que tomavam a denominação quinhentista de "jornadas" e
ainda a mantêm no Nordeste do Brasil.
Pereira da Costa afirma que a introdução do Presépio em Pernambuco vem,
provavelmente, de fins do século XVI "iniciada no Convento dos
Franciscanos de Olinda, por Frei Gaspar de Santo Antônio, primeiro
religioso que tomou o hábito no Brasil, naquele mesmo convento, em 1585". |
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