domingo, 19 de dezembro de 2010

Pastoril


Pastoril é um folguedo popular dramático de origem européia, representado
 entre o Natal e a Festa de Reis (05 de janeiro), em vários Estados do Nordeste
 brasileiro. São cordões com diversos personagens, entre as quais as pastoras 
ou pastorinhas, que cantam e tocam maracá. De origem religiosa, também é
 denominado Presépio. 

Segundo Pereira da Costa, o uso de Presépios em Portugal teve início

 no Convento das Freiras do Salvador, em Lisboa, em 1391, levantando-se 
no meio do templo uma armação representando o Estábulo de Belém, com f
iguras que representavam a cena do nascimento de Jesus. 

Depois, já no século XVI, foi o assunto dramatizado, teve entrada no teatro e 

é talvez daí que vem o auto hierático português, de tão variados assuntos. 

No seu Dicionário do Folclore Brasileiro, Luís da Câmara Cascudo 

assim define o Pastoril: cantos, louvações, loas, entoadas diante 
do presépio na noite do Natal, aguardando-se a missa da meia-noite. 
Representavam a visita dos pastores ao estábulo de Belém, ofertas,
 louvores, pedidos de bênção. 

Os grupos que cantavam vestiam de pastores, e ocorria a presença de

 elementos para uma nota de comicidade, o velho, o vilão, o saloio,
 o soldado, o marujo, etc. Os pastoris foram evoluindo para os autos, 
pequeninas peças de sentido apologético, com enredo próprio, divididos 
em episódios que tomavam a denominação quinhentista de "jornadas" e
 ainda a mantêm no Nordeste do Brasil. 

Pereira da Costa afirma que a introdução do Presépio em Pernambuco vem,

 provavelmente, de fins do século XVI "iniciada no Convento dos
 Franciscanos de Olinda, por Frei Gaspar de Santo Antônio, primeiro 
religioso que tomou o hábito no Brasil, naquele mesmo convento, em 1585".




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